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Ameaças digitais no Brasil são oportunidade para a McAfee
Para David DeWalt, CEO da empresa de segurança, para se proteger brasileiros recorrem cada vez mais aos antivírus
"Primeiro lugar em ataques a contas bancárias na web". "País com maior taxa de computadores infectados em todo mundo". "Quarto maior produtor mundial de malware". Estes são alguns dos títulos que o Brasil vem acumulando nos últimos anos.
Para David DeWalt, CEO da McAfee, uma das maiores empresas de segurança da informação do mundo, mais do que simples títulos, estes dados são prova do potencial do mercado brasileiro. "Depois de ser atacado, ou mesmo para se prevenir, brasileiros recorrem cada vez mais aos aplicativos de segurança", diz.
Segundo DeWalt, o país é um importante mercado para a companhia. "Entre os emergentes, está bem próximo ao mercado chinês”, afirma.
Além do grande número de ameaças, a popularização da internet no país também faz diferença. Isso porque, explica ele, os brasileiros buscam acessar a internet de qualquer lugar: do celular, do micro, do netbook. “Para nós, tudo é oportunidade de negócio”. Segundo números do Ibope, o país fechou 2009 com um total de 67,5 milhões de internautas. Além disso, dos 176,8 milhões de celulares em uso, 8,1 milhões tem acesso à internet pela rede 3G, o que facilita a navegação na web.
Para oferecer produtos e serviços de informação em diferentes aparelhos, a McAfee tem investido cerca de US$ 1 bilhão por ano. O valor inclui o desenvolvimento de novas ferramentas e a aquisição de pequenas e médias empresas que possam trazer novos serviços ou produtos, sempre ligados à proteção digital. “Não são compras arriscadas. São aquisições no mundo todo visando tecnologia", afirmou DeWalt.
Pequenas e médias empresas brasileiras podem estar na lista? DeWalt desconversa e afirma que a intenção é comprar companhias que possam trazer algo novo para os produtos e serviços da empresa como, por exemplo, proteção em televisões com acesso à internet. “Os cibercrimes estão em qualquer lugar e é preciso entender como eles agem e principalmente quais são as ferramentas necessárias para se proteger”.
Com fama de negociador inteligente, DeWalt conseguiu fazer com que a McAfee crescesse dois dígitos ao ano desde que assumiu o comando, em 2007. No mesmo ano, a companhia foi avaliada em US$ 4,2 bilhões. Hoje seu valor de mercado é de US$ 5,4 bilhões. No ano passado, a receita líquida total atingiu US$ 1,9 bilhão, um aumento de 20% em relação a 2008. O segredo: “ficar sempre atento às oportunidades”. A maior aquisição da McAfee até agora foi a empresa de segurança online Secure Computing, pela qual pagou US$ 465 milhões, em 2008. Para esse ano, a aquisição de pelo menos três outras empresas está nos planos do CEO.
Rede sociais
De olho na popularização das redes sociais, a companhia quer conquistar novos usuários em sites de relacionamento. Para isso, fechou uma parceria com o Facebook. Os usuários da rede social podem baixar uma degustação do Internet Security Suíte, software da McAfee que protege contra vírus e outras ameaças.
A ferramenta é oferecida gratuitamente por seis meses em alguns países (Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Espanha, EUA, França, Itália, México, Países Baixos e Reino Unido). Terminado este prazo, o usuário precisa comprar o antivírus. Segundo DeWalt, o Facebook não recebe nenhuma participação caso alguma venda seja realizada por meio da rede social.
"Não estamos à venda"
Analistas da área de tecnologia especulam que a McAfee seria alvo em potencial de gigantes do setor de tecnologia, como HP e IBM, interessadas em novas aquisições para crescer ainda mais. Sobre esta possibilidade, DeWalt é categórico: "não estamos à venda”.
Fonte: Época Negócios - Por Viviane Maia